Há mais ou menos dois
anos, minha mente pensante e inquieta se indagou sobre uma das frases mais
conhecidas do nosso cotidiano: “Jesus te ama!”. Esta vive estampada em
camisetas, adesivos, carros, outdoors,
etiquetas, cadernos, sai da boca de cristãos de várias idades, de muitos
lugares do mundo em muitas línguas diferentes, mas querendo enfatizar uma única
coisa: o amor de Jesus pelo mundo. Durante esse tempo tentei amadurecer um
pensamento sobre este assunto que me “pegou de jeito” em uma reflexão que
demorei bastante para amadurecer, e hoje, mesmo ainda sentindo que estou voando
baixo sobre esta perspectiva, consigo escrever.
Em nenhum momento duvidei
do amor verdadeiro de Cristo por nós, conforme o tempo ia passando desde que
comecei a refletir sobre este tema, a minha indagação girava em torno de como nós,
pessoas amadas por Jesus, distribuímos pelo mundo esta frase que possui o
conteúdo mais importante de nossas vidas. Comecei a notar que, em boa parte das
vezes que dizemos que Jesus ama uma pessoa, isso se restringe a uma informação,
porém não é seguida de uma continuidade, se basta em palavras que dizemos
automaticamente achando que nossa parte está feita, que ao passar pela rua e
dizer a um mendigo que Jesus o ama, por exemplo, já nos faz cumprir o ide que Ele deixou para
nós.
Ao escrever sobre este
assunto não tenho a intenção de diminuir nossa responsabilidade de dizer às
pessoas a frase” Jesus te ama”. Penso sim que tal atitude pode mudar a vida de
alguém que, por um momento, não se lembra, ou nunca soube nem ouviu falar desse
grande amor que nos alcança. O que realmente quero abordar neste texto é o que
fazemos para demonstrar que Jesus ama mundo. Passei a sentir um incomodo a
partir do momento em que me dei conta de que nós cristãos “terceirizamos” o
amor de Jesus como uma atividade transferida para outros “tipos de cristãos”:
os que realmente devem pregar, agir e doar-se em prol da disseminação do divino
amor. Ou seja, a parte que cabe a todo e qualquer cristão de ir além das
palavras para pregar o evangelho, consideramos ser de uma pequena parcela que
já está acostumada a pôr a mão na massa! Pensamos ser papel de missionários,
pastores e líderes o que nós todos deveríamos fazer, assim, ficamos satisfeitos
em ir para o céu, com o resultado final das tarefas que foram realizadas por
quem achamos ser designados pelo fato da “terceirização” do amor de Jesus.
Consigo enxergar e pensar um pouco sobre o que
Deus quer fazer de nós diante dos ainda não alcançados em Isaías 41: 17:20 “ Os pobres e necessitados estão desesperados
de sede, a língua esta ressecada, e ninguém consegue achar água. Mas Eu estou
aí para ser achado, estou aí por causa deles. Eu, o Deus de Israel, não os
deixarei com sede. Abrirei para eles rios nos montes estéreis, farei jorrar
fontes nos vales. Vou transformar o solo estorricado num tanque de água fresca,
o chão sedento em ribeiros formidáveis. Vou plantar o cedro nessa devastação
sem árvores, também a acácia, a murta e a oliveira. Vou fincar o cipestre no
deserto e muitos carvalhos e pinheiros. Todos verão isso. Ninguém deixará de
perceber a prova definitiva, incontestável de que Eu, o Eterno, fiz tudo isso.”
Quem somos nós? Sedentos?
Árvores em solos devastados? Plantação no deserto? Rios em montes estéreis?
Fontes nos vales? O que Deus quer que sejamos? Em que solo estamos trabalhando?
Questões como estas e muitas outras surgem em nosso coração para que possamos
florescer e jorrar por uma causa maior, por causa d´Ele! O Deus que deixa bem
claro que é Ele quem faz com que possamos ser esses instrumentos para os
desesperados de sede. O próprio Jesus nos deixou o exemplo de amor. Ele não
apenas disse que nos ama, mas veio, morreu por nossos pecados, se faz presente
e nos prometeu voltar! Que privilégio ter a certeza e poder esperar sua volta,
não é? Mas, infelizmente existem pessoas que ainda não tem esta esperança por
não conhecer o plano de salvação, talvez até tenham ouvido falar que Jesus a
ama, porém ainda estão com sede da água que está em nossas mãos.
O ato de não “terceirizar”
aquilo que Deus espera de nós mesmos não é algo que teremos consciência de um
dia para o outro, se torna um exercício diário de não se acomodar e esperar que
outros cristãos venham florescer em solos que já estamos plantados. Falemos
mais sobre este amor, e façamos mais por este amor! Para finalizar, deixo aqui
uma questão tirada de uma música que gosto muito e que me impulsiona a pensar
sobre o que Cristo quer de mim: “Onde está você? Que diz que me adora, mas não
estende a mão”.
Por: Elisana Ianella
Segue o link da música: O amor que nos faz um- Palavrantiga
https://www.youtube.com/watch?v=4ehzzYybQ_4